Tal como já largamente foi enunciado, a primeira linha estruturante da proposta é a metodologia a ser empregue, uma vez que ela funciona como a espinha dorsal que garante coerência ao projeto. Tal metodologia identifica fluxos jurisdicionais, políticos, económicos, sociais, culturais e religiosos, que partem ou passam pelos núcleos urbanos e os vinculam a diferentes territórios. Esta abordagem, aplicada por Jean-Luc Fray (Fray: 2006), é influenciada pelas teorias de geógrafos e sociólogos acerca das centralidades territoriais, tendo sido matizada pelo investigador, nomeadamente através do recurso a novas e múltiplas variáveis.
O referido modelo, longe de ser rígido, carateriza-se pela sua flexibilidade e adaptabilidade. Com efeito, só os especialistas de cada época e território, responsáveis pelos diferentes pontos de observação deste projeto, se encontram habilitados a fixar os critérios integráveis em cada uma das grandes categorias identificadas que, estas sim, devem sercomunicantes.
No sentido de capitalizar o investimento a realizar no âmbito deste projeto exploratório, com o intuito de alargar num futuro próximo a análise a outras latitudes e cronologias, diversificam-se as escalas de observação, nomeadamente:
(i) evolução dos critérios de centralidade referentes a uma mesma vila desde a época medieval até a inícios do século XX (abordagemdiacrónica);
(ii) alteração de critérios de centralidade num conjunto de vilas de uma região determinada quer no interior da mesma unidade política quer em unidades políticasdiferentes;
(iii) acompanhamento síncrono de critérios de centralidade de certos núcleos urbanos situados em territórios políticosdiferentes.